EMENTAS

Estufado de Salmão
ingredientes:
   - salmão
   - batatas
   - cebolas
   - tomates maduros
   - pimento verde ou vermelho
   - alho
   - folha de loureiro
   - azeite

    Preparação:
    Fazer cama de legumes com rodelas/gomos de cebola, tomate, pimento e dentes de alho esmagado.
    Fio de azeite generoso.
    Colocar até duas camadas de batatas cortadas em rodelas finas.
    Colocar postas de salmão em posta fina (um dedo de altura).
    Colocar nova camada rodela/gomos de tomate e pimento.
    Novo fio de azeite por cima.
    Temperar com sal.
    Não acrescentar água.

    Confeção: 
    Tapar de preferência com testo transparente ou com um prato de 'pirex' e colocar dentro da estufa do fogão solar.

    Duração:
    entre duas e três horas, dependendo da insolação (varia anualmente) e da eficiência do fogão. 
    No 'girassol' com céu claro no verão, entre 2,5 e 3 horas (os estufados requerem-se lentos).

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    Bola da Adelina

    Ingredientes:
    a - 4 ovos inteiros
    b - chávena de leite
    c - chávena de óleo
    d - 3 chávenas de farinha com uma Colher de sobremesa de fermento
    e - Fiambre, Chouriço, pimento vermelho e curgete e alho francês em pedaços pequenos e finos. 
    Pode-se sempre recorrer à imaginação e misturar outros legumes, por exemplo, pimentinhos de Padron em vez do pimento vermelho

    Preparação:
    Misturar a com b com c com d e bater durante 10 min com batedeira. 
    Envolver os ingredientes de e
    Colocar em tabuleiro untado e polvilhado com farinha e cozer no Fogão Solar.

    Duração:
    Num forno tradicional com temperatura  de180 graus demora cerca de meia hora.
    No Fogão de 'caixa de cartão invertida', com céu claro, entre duas e três horas.

    receita da amiga Adelina Freitas
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    Bacalhau com batatas a murro

    ingredientes (para 20 comensais):
       - 3 kg de bacalhau
       - 3 kg de batata (de preferência pequenas e novas)
       - 5 ovos
       - 1 kg cebola
       - 100 g alho
       - 1 l azeite
       - 100 ml vinagre
       - 100 gr salsa
       - 4 alfaces

    Confeção:
    Lavar as batatas e coloca-las com pelo em duas ou três panelas.
    Colocar o bacalhau demolhado em duas ou três panelas (sem água).
    Os ovos podem ser cozidos juntamente com o bacalhau.
    Depois é dar o murro nas batatas, tirar as espinhas ao bacalhau e juntar tudo em duas ou três travessas, não esquecer de regar com azeite.
    Para acompanhamento um bom vinho tinto.



    Duração:

    No 'girassol' 2 horas (sol com céu limpo) serão suficientes.



    (sugestão do Celestino Ruivo para Almoço Solar)
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    ARROZ

    O arroz é a base da alimentação das populações asiáticas, mas também de África e de outras regiões, há até quem diga que quando comem batatas, têm apetite mais cedo, ou dito de outra forma, 'as batatas não puxam carroças'.

    É também um alimento base da alimentação porque fornece os hidratos de carbono, e por essa via fornece a energia essencial em regiões em que o trabalho braçal é dominante nas tarefas agrícolas e manufaturas familiares.

    O arroz pode apresentar-se 'intregral' com casca, ou lavado e branqueado. O arroz oriental é muito diferente do ocidental e mesmo na península ibérica, o arroz português é muito diferente do que se consome e produz em Espanha, por exemplo no delta do EBRO.

    Apresenta-se no prato seco ou 'malandrinho', branco ou condimentado por um refogado (estrugido) prévio, frequentemente de cebola ou cenoura, mas pode também ser frito previamente, após o que se aplica um choque térmico com água fria, para provocar a sua abertura por 'explosão', ou simplesmente cozido com a companhia de legumes, apenas para enunciar algumas formas que conheço.

    Como o cozinhar Arroz em Fornos Solares?

    No forno solar a temperatura desenvolve-se de forma muito gradual por um processo de acumulação contínua numa estufa mais ou menos eficiente, até uma temperatura baixa máxima da ordem dos 100ºC, pois a água evapora-se a essa temperatura. Manipulações dos alimentos devem ser feitos tanto quanto possível no início do processo, preferencialmente antes do fecho da estufa, ou mesmo, evitar a sua manipulação. O forno solar é muito adequado a cozidos e estufados, e muito pouco adequados a fritos e assados, sendo no entanto possível tostar alimentos com alguma facilidade, em especial em fogões parabólicos.

    No caso do arroz, a sua cozedura simples, com ou sem legumes, sem refogados não apresenta problemas de maior, é até muito simples; ao arroz junta-se alguma gordura, manteiga, azeite ou um óleo alimentar a gosto, eventualmente legumes cortados finos a fim de que o seu tempo de cozedura seja idêntico ao do arroz, e a água, esta em quantidade reduzida relativamente à usada nos fogões tradicionais, que por via das elevadas temperaturas da chama, evaporam metade da água. Nos fogões tradicionais é usual adicionar água na quantidade dupla do arroz, nos fogões solares, em regra, iguais quantidades de água e arroz, embora dependa muito do tacho e da sua capacidade para reter através da condensação no testo, a água que se evapora no processo de cozedura. O arroz está pronto quando está aberto e fofo.
    O arroz 'malandrinho', assim chamado por ao contrário do seco, ser aguado, sendo que essa água é fruto da cozedura de legumes e/ou associado do tempero do refogado que lhe dá o gosto característico, necessita por isso de mais quantidade de água.

    Como fazer um arroz saboroso, com recurso a refogado, sem comprometer demasiado o desempenho do forno solar, o mesmo é dizer, em tempo razoável?

    Método tradicional (refugado* em simultâneo)
    Usa-se em simultâneo dois tachos, um com a água que vai ferver, e um outro com os elementos do refogado todos juntos de uma só vez. Enquanto a água ferve, o refogado 'coze' sem queimar, já que o processo é lento. Pode-se colocar o tacho com água por cima do recipiente com o refugado para poupar espaço. Quando a água está a ferver, abre-se a estufa, junta-se a água por cima do refogado, junta-se o arroz em igual quantidade à da água. Fecha-se a estufa e deixa-se cozer o arroz (arroz aberto e fofo). A água pode nunca entrar em ebulição e é bom que isso não aconteça, pois nesse caso não perde a água e a proporção desta com o arroz.
    Uma forma de limitar diminuições bruscas de temperatura no tacho quando se abre a estufa, é usar tachos de materiais de elevado capacidade térmica, como são as cerâmicas e o vidro, quanto mais grossos melhor, pois dessa forma acumulam o calor atrasando inicialmente o processo da cozedura, mas ao mantê-lo, o processo é menos dependente do ar quente da estufa, que se perde quando é aberta.

    * também denominado de estrugido.

    Método 'tudo junto'
    Este é o processo mais simples, e talvez o mais rápido. Coloca-se os ingredientes do refogado tradicional, conforme ele seja de cebola e alho ou de cenoura: a gordura (azeite ou outra), a cebola picada, etc., junta-se a água e arroz em igual quantidade, mexendo para que o arroz fique solto. Fecha-se a estufa do fogão e deixa-se ferver até cozer (arroz aberto e fofo).
    Este processo tem a vantagem de não necessitar de abrir a estufa no meio do processo (quando a água está a ferver) para juntar o arroz. Nunca experimentei, foi-me transmitida por um dos habituais participantes dos eventos solares, um professor de Matosinhos que não recordo o nome (as minhas desculpas).

    Método refogado prévio
    Outra forma é fazer o refogado à parte, de preferência ter um refogado feito previamente, realizado no fim de uma refeição anterior quando o forno está ainda quente, para ser usado na refeição seguinte; pode-se usar um tacho de dois andares, ou sobrepondo um ao outro, eventualmente usando o de cima como testo do de baixo.
    O refogado não se estraga por ser à base de gordura e serem legumes cozidos, podendo ser guardado por vários dias, ou mesmo ser feito em quantidades grandes e guardado para ser usado mais tarde.
    Note-se que nos fogões solares, não existe risco do refogado se queimar, pois as temperaturas são relativamente baixas.
    Na posse do refogado junta-se a água e deixa-se esta ferver. Quando levanta fervura (não é necessário que esteja em ebulição), abre-se o fogão para juntar o arroz; fecha-se a estufa e deixa-se cozer sem qualquer manipulação. A temperatura baixa um pouco mas recupera rapidamente.

    Arroz branco (sem refogado)
    O arroz  sem refogado, simplesmente se coloca a água a aquecer com alguma gordura e quando esta está com temperatura acima dos 60-70ºC, junta-se igual quantidade de arroz, fecha-se a estufa e espera-se que o arroz abra.

    Arroz de Morcela **
    Pode ser feito com ou sem refugado***. 
    Coloca-se em simultâneo dois tachos, um com os elementos do refugado (fio de azeite, cebola e alho picado) e noutro a água e a morcela cortada em troços de 2 a 3 centímetros.
    Quando a água criar vapor, transferir a água com morcela para o tacho com o refogado, acrescentar o arroz (quantidade igual à da água) e um legume a gosto (bróculos, ervilhas em grão,...****).
    Fechar a estufa e deixar cozinhar até o arroz abrir.



    ** - a morcela é um enchido que leva sangue de porco. Na região centro (Beiras) é comum levarem arroz. Atualmente existem inúmeras variantes com com frutos secos (pinhões, castanhas, etc.).

    *** - A morcela é um enchido de sangue que é muito apaladada, e ao cozer com o arroz em 'troços' e dependendo da variante de morcela, pode tornar o arroz 'forte' e enjoativo, razão para dispensar o refogado.

    **** - ervilhas de quebrar devem ser colocadas logo no início da cozedura.





    Nota final:
    Estes são conselhos gerais fruto da minha experiência culinária e do uso esporádico de alguns fogões solares que realizei, mas no que à culinária diz respeito, há muito de experiência, gosto e rasgo pessoal, pelo que há muito campo para o experimentalismo.


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